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O Papel de Péricles

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Neste artigo se propõe a discutir atentamente a política em suas múltiplas facetas. Na perspectiva antropológica a política pode ser vista em três ângulos diferentes, mas que se interagem entre si ao longo da História da humanidade, tal interação abre um conjunto infinito de nuances que produziram tipos e ideologias, que assim permeiam nosso pensamento quando tocamos no assunto.

Que o leitor pode olhar com mais atenção, nas linhas seguintes: no ângulo ocidental que abrange todo o continente europeu, onde se nasce ás origens da democracia que temos conhecimento.

A partir do tema-título pretendo desenvolver nesta coluna, como você caro leitor vai analisar junto o tema proposto, ao refletir atentamente sobre o papel de Péricles como um político impar em sua época, aliás, a História é pródiga em oferecer exemplos dessa natureza.

O homem que conduziu a cidade-estado de Atenas á Idade de Ouro, como fez realmente essa façanha política?

Essa pergunta agrega um conjunto formidável de respostas aprazíveis em diversos campos do conhecimento, mas considerando o tema norteador dessa coluna é de natureza política.

Os leitores mais ousados podem pensar um populista á sombra do Parthenon ou ainda um carismático parasitário. A definição mais apropriada seria um político visão de futuro que muitos profissionais do fazer político não têm exatamente o mínimo de vontade de realizar.

Diferente do pensamento hodierno, vamos pensar nele como um político ativo á disposição da população ateniense e por extensão da Liga de Delos inaugurada por seu antecessor Temístocles.

Como entender essa disposição?

Era um cidadão comum envolvido nos assuntos da cidade e capaz de dialogar com cada ateniense sem nenhuma dificuldade ou algo parecido, totalmente distinto dos políticos de nosso século. Aceitava os desafios propostos e os enfrentava com ousadia cadente diariamente sem temer, os desafios impostos por uma aristocracia descontente.

Para nós em nossa época, pode parecer bem estranho essa postura. Considerando tudo que já foi postulado aqui nessas linhas, Péricles entendia a essência do fazer algo em prol da pólis e também lutava por esse crescimento e não por monumento como muitos hoje fazem, somente pensando em suas fortunas pessoais.

Realmente o grego Péricles tinha as virtudes necessárias para ser um estratego, virtudes mais necessárias que nunca nos dias atuais, para os governantes que entendem até bem da Realpolitik, mas esquecem de ouvir a voz da população.

O saber ouvir que Péricles usava até que em certo ponto ofendia a aristocracia ateniense e valorizava ás vozes escondidas dos pobres, mas não tinha em vista um busto ou um conjunto de homenagens estrangeiras, nem queria ficar na História, como muitos políticos ainda almejam como um troféu a ser alcançado.

Ouvir simplesmente requer uma aceitação de pontos de vista que confrontem com nossa opinião, com uma capacidade de entendimento avançado para divergir com consciência. Aceitar uma opinião diferente em qualquer área da vida é evitar declínio ou decadência, e o que aparece políticos não aprende essa lição nos dias atuais.

O nosso amigo Péricles assimilou esses valores muito bem ao longo de sua carreira política, nunca precisou do populismo messiânico usado por alguns hoje em dia. Ao negar a ideologia populista, usufrui da fidelidade grega para com o governo, aliás, os gregos consideram isso a sombra da tirania que é algo horrível para a nação grega como um todo.

A releitura de Péricles aqui é de fato oportuna, pois ele deixou um legado a ser considerado pelas gerações posteriores, ele propôs um desafio à política da época, abriu não só Atenas e mais o restante da Grécia representada pela Liga de Delos para avanço cultural e científico.

Sua pessoa veio representar aquilo que Atenas realmente necessitava como governante. Não era um tecnocrata vazio, mas um homem comum com visão de futuro, não era mais um na Eclésia.

O governante em geral não precisa ser um gênio ou apóstolo da novidade em gestão política, mas um sujeito comum que tenha virtudes necessárias para administrar bem uma cidade ou um país, tendo em vista seu desenvolvimento regional e geral.

Não fazendo referência direta a genialidade no conjunto de virtudes, esse sujeito deve saber como lidar com a fortuna. Péricles como governante ou estratego sabia como lidar com isso, em especial não deixou que pudesse lhe corrompesse á medida que estivesse no pleno exercício do poder político, não amealhou fortunas como os políticos atuais fazem nos bastidores.  O caro grego Péricles serve como um modelo ou padrão para os governos democráticos no mundo quer no Ocidente como no Oriente.

 

Lembra-te que é homem

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