O Preenchimento

Por Carlos Henrique Soares.

Quero algo que preencha

Preencher os olhos não diz nada quando se pensa em conhecer o espaço interior.

Gostaria de ser um corpo habitado por duas almas.

Conhecidas almas, ao perto e agora ao longe.

Sei que a interrogação é mística e que a resposta não vai chegar a um piscar de olhos.

Às vezes o silencio é ensurdecedor,

Ele fala muitas coisas ao perceber a hibernação do corpo vazio

De vazio a vazio, seu mundo é mudo.

De mundo a mundo, os caminhos são devoradores.

Ao longo infinito a camada da historia ainda irá começar,

A chegada do louco, a vinda da louca, a mistura do ator com a voz mascarada da sereia.

O preenchimento é constante, mas se a lagrima for oca, se o silencio for realmente silencioso e a resposta for transparente.

O doce nada será apenas preenchido de ilusão.